quarta-feira, 16 de junho de 2010

Beleza para sonhar, não para usar: o último dia de SPFW

O último dia de SPFW trouxe belezas lindas, mas difíceis na vida real. Cabelos super construídos, como o de Fernanda Yamamoto e os coques de André Lima, ficaram ao lado de cabelos escorridos ou cobertos por perucas. Para os meninos o melhor amigo foi o gel. Beleza para sonhar, não para usar.

GLORIA COELHO
gloria©André Conti/Agência Fotosite

O último dia de SPFW abriu com Gloria Coelho, beleza assinada por Nadine Luke, diretora artística da MAC e teatro Kabuki. Rapidamente, Kabuki é uma forma de teatro japonês, conhecida pela estilização do drama e pela elaborada maquiagem usada por seus atores. Para levar tal drama para a passarela, foram utilizados lápis branco dentro do olho, sombra branca em toda a pálpebra e base em toda a pele também branca, tudo para construir uma imagem próxima ao teatro japonês. A máscara de cílios também apareceu, dessa vez em cima e em baixo, e na boca, uma cor rosada bem suave, aplicada com uma espécie de caneta. Mas o que mais chamava atenção, principalmente na passarela, eram os pedaços de papel alumínio colados logo abaixo da sobrancelha.
O cabelo, assinado por Ricardo Rodrigues, tinha linha lateral e textura mega-ultra lisa.

ALEXANDRE HERCHCOVITCH MASC.

ale ©André Conti/Agência Fotosite

Celso Kamura, que assinou a beleza do desfile masculino de Alexandre, transformou os meninos em manequins de loja, conforme a vontade do estilista. Para isso, utilizou air brush para aplicar a base, que, segundo o maquiador, cria uma pele perfeita, sem defeito nenhum. Para fazer par com a beleza engomadinha, o cabelo era divido de lado e colocado no lugar com quanto gel fosse necessário.

RONALDO FRAGA

ronaldo ©André Conti/Agência Fotosite

A beleza de Ronaldo Fraga sempre é instigante, não daquelas para se copiar, mas para olhar e admirar. Dessa vez, a beleza que Marcos Costa assinou foi inspirada em aprendizes do maracatu, que usam figurinos super coloridos. Tais cores se concentraram na boca, que era vermelha, com gloss vermelho e… paetês vermelhos! Além disso, havia blush queimadinho e mais nada! Os olhos foram cobertos por óculos, que servia para espantar o mau olhado, e os cabelos tinham perucas brancas.

V. ROM
v-rom©André Conti/Agência Fotosite

Para Robert Estevão, que assinou o último desfile masculino do SPFW, a inspiração para a beleza “eram meninos educados, bem penteados!”. Por isso, muito spray no cabelo, para mantê-los no lugar, que no caso era dividido em uma risca lateral, hidratante labial e correção na pele, apenas com corretivo.

FERNANDA YAMAMOTO
fernanda©André Conti/Agência Fotosite

A estreante no line-up do SPFW, Fernanda Yamamoto, fez de sua coleção uma homenagem a São Paulo. A beleza, portanto, era uma continuação dessa homenagem, com uma espécie de construção arquitetônica nos cabelos, que utilizavam os tecidos e as cores (cinza, preto, bege, creme e vermelho) da coleção da estilista em bordados complexos, como um crochê, uma coisa bem linda de se ver. O restante do cabelo tinha uma textura mais sujinha, no topo da cabeça. O make era sem brilho algum, com sombra rosa clara em pó aplicada em toda a pálpebra, blush rosa claro para marcar as bochechas, nas laterais, rímel incolor nos cílios superiores e apenas um gloss de cor bem natural nos lábios. Maquiagem bem leve, para compensar o cabelo escândalo.

ANDRÉ LIMA
andre©André Conti/Agência Fotosite

A beleza de André Lima, assinada por Robert Estevão, fechou com chave de ouro a 29ª edição do SPFW. Inspirada nas mulheres excêntricas de todas as épocas, Robert colocou o foco nos olhos, com dois traços de delineador, ou todo verde ou todo cobre, tons conseguidos com pigmento, que redesenham o formato dos olhos e ainda criava novas formas. Junto desse olho forte e profundo, havia cílios postiços, que não podem faltar em uma maquiagem de gala, e a sobrancelha era clareada em um tom, para suavizar o olhar. A pele era fresca, com blush suave de leve brilho acetinado e batom quase no mesmo tom da boca, tudo para não conflitar com os olhos. Par perfeito com a maquiagem foi o cabelo assinado por Mauro Freire, que eram releituras dos coques-banana dos anos 60, feitos com enchimento. A vontade era que os penteados fossem extremamente glamurosos, com cara de noite. Mais André Lima, impossível.

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